sábado, 27 de junho de 2009

Finalmente, um video das crianças!



Essa semana Deus tem abençoado muito o meu uso da internet (os mais chegados sabem do que estou falando). Tanto, que consegui subir posts, fotos no Orkut e até esse video, que há tempos queria publicar!

Essas são algumas das nossas crianças da Hope Child Care Program, ensaiando para se apresentarem no culto no domingo. A música diz que elas querem imitar Jesus e que elas buscam por Jesus o tempo ...

"I want say what Jesus says
I want to know what Jesus know
I want to do what Jesus does
I look for Jesus who died for me
I look for Jesus
Day after day
I read the bible, I always pray
And Holy Spirit I will obey
I look for Jesus who died for me"

As primeiras experiências incríveis

Logo que comecei a procurar um estágio fora do pais pedia a Deus em oração para que ele me colocasse num pais em que eu pudesse continuar a servi-Lo. De repente, ele me colocou para Servir.

A palavra África de fato tem muito impacto para quem houve, mas mais ainda para quem vai. As experiências que vou compartilhar agora aconteceram nos meus seis primeiros dias por aqui. Algumas pessoas já conhecem as histórias, mas decidi publicá-las somente agora, pois queria que vocês tivessem primeiramente um conhecimento geral do dia-a-dia, do projeto e da situação aqui.
Não sei quais são suas crenças, mas a mim vocês já sabem que creio em Deus. E Ele tem me aperfeiçoado a cada dia. Assim que cheguei em Kampala fui recebida por uma moça chamada Jacynta, irmã da Cottilda, uma das meninas da AIESEC, a ONG que me proporcionou o intercâmbio. Jacynta foi quem me abrigou enquanto ainda estavam arrumando meu lugar em Rakai.

Fiquei na casa dela de sábado 23 de maio à noite até quarta-feira, 27. Logo na primeira manhã quando acordei e sentei no chão, pois na casa não tinha cadeiras, nem mesa, como a grande maioria das casas aqui. O rádio estava ligado e algumas canções estavam sendo proferidas em Luganda. Apesar do inglês ser o idioma oficial, na prática o que é popular mesmo é Luganda.

Mesmo não entendendo nada do que o cantor dizia, percebi que a música tinha um tom gospel, ou seja, canções evangélicas. Decidi arriscar e perguntei: “Jacynta, essa rádio é gospel?”. Ela confirmou com um sorriso: “Sim, é gospel”. Em poucos minutos uma música em inglês bastante conhecida pelos jovens da minha igreja começou a tocar. Uma lágrima de alegria caiu do meu rosto: mesmo longe, me senti em casa.

Todas as noites que passei na casa da Jacynta a via lendo à bíblia. Na minha última noite antes de deixar a casa dela, antes de dormir, decidi falar com a Jacynta sobre a leitura bíblica cronológica que os jovens da minha igreja, a IBE (Igreja Batista Esperança) e eu estamos fazendo. Começamos a conversar e ela ficou bem empolgada, tanto que ela pediu para que eu enviasse o arquivo por email para ela fazer também! Ela é católica do movimento carismático, e por aqui eles parecem levar bem a sério os estudos da palavra de Deus. Foi então que, no meio da conversa, ela revelou que quando sua irmã pediu a ela para hospedar a visitante ela orou a Deus pedindo que a pessoa que viesse fosse cristã, pois ela tinha receio de que a pessoa que viesse não gostasse das músicas da rádio gospel, a única que ela ouve. Puxa, que maravilhoso: já havia alguém orando por mim aqui na África antes mesmo de eu chegar!


No dia seguinte, deixei a capital e vim para cá. Rakai fica há cerca de cinco horas da cidade. Eu não sabia que era tão longe, e pouco sabia que não trabalharia na cidade. Eu achava que trabalharia em um escritório na cidade e viria de vez em quando para cá, mas na verdade, como já sabem, moro e trabalho aqui. Mas logo não apenas me conformei como fiquei muito feliz, pois Deus sabe o que faz e a cada dia mais percebo isso.Chegando aqui em Rakai, fomos recebidos por algumas pessoas da ONG e o pastor. “Nossa, o pastor veio me receber...Que legal” pensei. Logo que entramos no carro, comentei com ele que era Batista e sabe o que ele respondeu? Bom, nem vai ser tão difícil assim supor o que ele respondeu né? Sim, eles são Batistas! Ah, detalhe: a igreja é parte do complexo onde moro.

Bem, essas foram minhas duas primeiras experiências incríveis. Para uns pode ser coincidência (e que coincidência hein?), para outros o poder da força do pensamento. Para mim que vivi tudo isso essa é mais uma amostra do quão poderoso é o meu Deus. Um Deus de amor, de fidelidade, justiça, misericórdia... Um paizão que coloca seus filhos na linha e que cuida da gente. Se você curtiu esse testemunho e ele tocou seu coração de alguma forma, converse com Deus ainda hoje. Faça do Senhor seu amigo, conversando com Ele em nome de Jesus Cristo que veio ao mundo para nos religar. Livre-se de uma vez por todas dos seus preconceitos! Esse é um momento seu e Dele. Uma coisa eu te garanto: esse caminho vale muito a pena! Sinta-se a vontade para postar comentário ou me enviar um emailzinho se for o caso!

terça-feira, 23 de junho de 2009

A turma de cá e de lá

Cerca de vinte pessoas formam a equipe HCCP, sendo aproximadamente doze deles professores. O restante são os coordenadores de relações com os países patrocinadores das crianças (EUA e Austrália), o chefe dos professores, o pastor, o menino que pastoreia os animais, dois trainees (Tókio e São Paulo), uma estagiária e o Diretor.

A turma de lá, que não é a turma daí nem a de cá, é composta por gente de todos os continentes. Falo dos outros trainees, que assim como eu toparam trabalhar, voluntariar, fazer diferença e se divertir

Falando em se divertir...

Experimentando crocodilo

Logo na minha primeira semana aqui em Uganda topamos experimentar algo diferente. Já que ouvi dizer que por aqui eles têm belos crocodilos, por que não experimentá-los? De fato, visitamos um restaurante classudo, daqueles que só ganhando em reais e pagando em Shilins (o prato custou 33000 shilins, o equivalente a R$33,00; nem quero imaginar o quanto isto custaria no Brasil...). E foi muito bem pago. Crocodilo é tudo de bom. E não tem como dizer que tem gosto de frango ou peixe. É uma carne macia, do jeito que eu imaginava. É crocodilo! Espero conseguir uma conexão boa para publicar o vídeo do momento em que experimento a iguaria. Enquanto isso fique com as fotos...















Ostrich Farm

Demorou um certo tempo mas finalmente eu descobri o que era Ostrich. Estou falando de avestruz. Aliás, no restaurante dos crocodiles houve quem pedisse oustrich. Bem, mesmo que eu soubesse o que era, naquele dia meu interesse era crocodile. Mas voltando aos avestruzes, há cerca de 30 minutos de onde trabalho há uma fazenda com criadouro de avestruzes. Mais uma vez, é claro que os trainees tinham que se juntar para conhecer o local. Fred, o diretor da HCCP gentilmente alugou um caminhãozinho e fomos de “pau-de-arara” visitar os avestruzes. Confira algumas fotos:



Nabynyona Beach

No último fim de semana 13/6 participamos da Conferência Nacional da AIESEC Uganda. O lugar era bem bonito, foi um tempo bom para descansar. Ao redor da prainha tinha uns pássaros bem grandões, com os quais tirei algumas fotos. Aliás, pássaros grandes e diversos é o que mais encontramos por aqui.





















quinta-feira, 11 de junho de 2009

As crianças

Finalmente consegui conexão boa e gratuita. Nesse momento escrevo de Kampala, da Makerere University, que possui uma sala de conexão wriless para os estudantes. Vim para cá pois amanhã teremos evento com os outros Aiesecers e quiz aproveitar o dia de hoje para me conectar. Mas vamos ao que interessa: voces devem estar loucos para ver fotos das crianças não é mesmo? Então vamos lá.

As crianças de Uganda

As crianças de Uganda são uns docinhos. Elas têm um olhar diferente das crianças brasileiras. É como se elas dissessem: oi, quero ser seu amigo!






Na HCCP, apesar de muitas delas serem órfãs de pais HIV+ raras são as que desenvolveram o problema. Na realidade, até o momento soube apenas de dois casos dentre as 340 crianças que freqüentam a escola aqui. Esse número inclui as que moram aqui, cerca de 140.

Aqui eles são todos carequinhas... E, assim como no Brasil, eles dão tapinhas no cocoruto um do outro. Hum, dar um tapa numa careca é mesmo irresistível em qualquer lugar do mundo! rsss Curiosos, adoram conversar com Muzungos (gringos) como o Tomo e eu.

Essa é a Pall, uma criança de 20 anos de idade que ao que tudo indica, é portadora de síndrome de Down. Uma menina carinhosa e que sempre está por perto querendo ajudar.













Essas são algumas das nossas crianças na fila para o almoço!
















Esse é o menino com o olhar mais lindo de todos.
















A menina do olhar mais lindo? Sou eu né?rsrsrrs Vou tirar uma foto dela em breve e publicarei para voces verem.

sexta-feira, 5 de junho de 2009

Vida no campo...

Minha morada fixa fica no distrito chamado Rakai, a cerca de cinco horas da capital Kampala. Meu desejo no início era morar na capital, mas conhecendo esse lugar tive certeza que era aqui que deveria ficar. Imagine você poder dormir no seu trabalho, sem trânsito, sem estress, horário flexível, leite tirado da vaca (pela primeira vez o leite não me fez mal – viu mãe, tou tomando leite aqui!)... É assim a vida aqui na Comunidade Hope Child Care Program. Sem contar com as centenas de crianças que passam por aqui diariamente.

Deixe-me explicar melhor: a Comunidade Hope é composta por uma escola que atende desde os chamados babies (cerca de 4 anos de idade) até os primary seven (cerca de 14 anos). Temos ainda a igreja (Batista, uma feliz surpresa quando cheguei por aqui), a casa dos visitantes, separada em quarto dos meninos e quarto das meninas, clínica médica, quarto dos estudantes que moram aqui (normalmente órfãos ou rejeitados) a administração da ONG e, ainda, algumas casinhas extras. Aqui é super bonito, um lugar que proporciona qualidade de vida para as crianças, bem distante da realidade das ruas empoeiradas de Uganda. Contudo, viver na África não é para qualquer um não... Veja abaixo os desafios que estou tendo que encarar (os principais, sempre tem mais alguns...rs)...


Alimentação

Creio que para aqueles que deixam o Brasil a coisa fica ainda mais complicada. Definitivamente não temos vairiedade de comidas por aqui. Comemos basicamente carne de bode (como no nordeste, mas ela não é seca, é cortada em pedaços e feita num molho bem forte), batatas e ovos. Temos também arroz e um pão frito que parece uma panqueca chamado chapati.

Legumes? Só vi no supermercado! E pode preparar o intestino nos primeiros cinco dias: a comidas alimentação de um modo geral é super oleosa. Tudo é frito ou leva bastante óleo.

Frutas: o que no nosso país eram 100 possibilidades de frutas, podemos reduzir para 20 aqui, mais ou menos essa proporção. Tendo em vista que nem todos os distritos aqui tem as sua frutas prediletas faça como eu, contente-se com bananas e eventualmente alguns abacaxis.

Banheiros

Bem, confesso que tomei um susto no primeiro dia. A maioria das casas aqui em Uganda tem aqueles vasos sanitários de chão. Pelo menos é bastante higiênico pensando naqueles que são muito freqüentados. Ah, e pelo menos aqui na ONG os vasos sanitários da Guest House (onde vivo) são ocidentais...

Lavando suas roupas

Esqueça os botões da máquina de lavar. Por aqui as mulheres lavam roupa na mão, e comigo e meu amigo Tomoya não seria diferente (foto). Sentamos num banquinho, pegamos o sabão e esfregamos as roupas, debaixo da sombra é claro. Ah, você quer saber de onde pegamos a água?

Coleta da água

Aqui na Hope temos torneiras em todos os quartos, mas acho que elas só foram feitas para nos fazer lembrar de nosso país. A água precisamos buscar em tanques no meio do jardim, cuja água provem da chuva. São tanques especiais que tratam a água, mas eu sinceramente só a uso para fins de limpeza e higiene. Para beber, ainda prefiro ferver a água.

No water, sem banho de chuveiro

Bem, o banho é feito com a água que coleto dos tanques lá de fora. E com a água que sobra do banho encho a área do vaso sanitário para usar como descarga. Eu bem que poderia coletar mais água para esse fim, mas como sei que a seca está chegando melhor economizar.

Energia elétrica

Cerca de 80% do país não tem energia elétrica. Aqui na ONG felizmente a partir do momento em que começa a anoitecer ligamos um gerador, que nos deixa bastante confortáveis e é por este motivo que consigo me comunicar com vocês. Mas somos exceções à regra.

Mosquitos

Como já era de se imaginar, os mosquitos são um problema sério aqui na África. Ao chegarmos aqui no Distrito, mal pude brincar com as criancinhas, que comecei a literalmente ser atacada pelos mosquitos. Contudo, aqui onde moro eles praticamente não aparecem, Moro na parte alta da cidade, próximo as colinas. Além disso, o quarto dos visitantes, onde estou, têm tela que me protege de outros insetos inclusive. Por conta dessa mosquitaiada, recomendo seriamente que você não pare na vacina contra febre amarela. Em breve devo postar algumas dicas nesse sentido, mas te digo: não se contente apenas com a vacina recomendada pelo governo. Voce vai gastar uma grana extra, mas creio que sua saúde não deva ter preço.

Você ainda tem vontade de vir para cá? Caso você tenha objetivos bastante claros tudo ainda vai valer a pena.