Nessa semana estou prestes a completar metade da minha jornada pela África. O crescimento pessoal até então superou todas as minhas expectativas. Entre as diferenças e similaridades do povo daqui vou sobrevivendo, às vezes em meio ao caos, com a força que vem do alto.
Os desafios têm sido muitos (e que bom que eles existem, do contrário conheceria esse lugar apenas a turismo). Os conceitos também mudaram: as palavras "amor" e "respeito à diversidade" não são mais teoria, mas prática.
Uma ideia geral da experiencia voluntáriaTodo o trabalho realizado tem sido feito em parceria com os moradores daqui. Esta foi a forma que encontramos de garantir o aprendizado sustentável dos projetos executados e planejados, por meio de uma troca riquíssima de experiências prática e teórica.
Até a última semana tinha um colega da Universidade de Tókio, o Tomoya, que era meu parceiro nos projetos. Nosso trabalho foi dividido da seguinte maneira: Administrative Issues e Public Relations and Education. O primeiro, liderado por Tomoya, consistiu em preparar as bases organizacionais para podermos melhor executar o trabalho. Era preciso desenvolver internamente primeiro para depois desenvolver a comunidade. Em Public Relations and Education, liderado por mim, já estamos colocando em prática projetos de agricultura para auto-sustentabilidade, relacionamento com patrocinadores, reestruturação do website, gerenciamento do lixo, relacionamento com outras ONGs e com a Comunidade.
O que mais tenho apreciado por aqui e que poderei compartilhar com os colegas ai no Brasil é como as pequenas ONGs que dependem de patrocínio externo gerenciam seu administrativo e financeiro. Em outras palavras, como elas têm investido o dinheiro doado e como precisam de ajuda para pensar, muitas vezes literalmente, além do "arroz feijão", por aqui " ponsho and beens".
A crise financeira e as ONGs na ÁfricaÉ curioso notar como a crise financeira mundial afeta diretamente a vida das pessoas que nada entendem do mercado financeiro. As Instituições estão sofrendo com a drástica queda das doações, uma oportunidade que as tem feito repensar seus hábitos e enxergarem um futuro mais sustentável. Finalmente, meu chefe foi convencido de que a palavra "desenvolvimento sustentável" deve ser discurso e prática. Prova disso é nosso projeto "Children Agriculture Square", uma bela plantação de tomates iniciada em julho dentro das nossas dependências, que vai contribuir para a dieta dos professores, staffs e crianças, além do aprendizado que as crianças, mantenedoras da plantação, poderão compartilhar com suas famílias (comunidade).