sexta-feira, 28 de agosto de 2009

I'm back! E com muitas fotos e histórias prá contar

Oi pessoal!

Fiquei fora do ar esses últimos dias pois estava no Kênia. Passei 11 dias lá, sendo parte dele num acampamento para jovens evangélicos e outra parte conhecendo a África selvagem em três parques nacionais. Momentos inesquecíveis. Como a conexão hoje está boa hoje postarei três histórias, espero que gostem!

Faz tempo que estou para postar mais fotos das nossas crianças aqui, portanto vou iniciar com elas. A primeira delas é dos menorzinhos durante o café-da-manhã, composto por farinha de milho fervida na água.














Primeiros passos para nossa plantação de tomates. As crianças estão colocando em prática a teoria aprendida nas aulas de agricultura. Além disso, prepararemos lições especiais para ajudar as crianças a terem uma boa conduta em seu dia-a-dia, compartilhando histórias bíblicas que usam as palavras "frutos", "colheita", "plantação", "cultivo" entre outros relacionados a agricultura.














Essas são algumas das fotos da Oficina de Óculos "Deus tudo vê", um tempo muito gostoso em que compartilhamos a palavra do Senhor que diz que Deus sabe de todas as coisas e conhece todas as nossas ações, mesmo quando pensamos que ninguém está vendo. Ao final, as crianças puderam preparar seus próprios óculos feitos com grama e pedaços de pano.

Hakuna Matata parte I - 2009 IYF World Camp Kenya

Finalmente o filme O Rei Leão fez sentido na minha vida! E descobri que a história se passou no Kenia. "Ahhhh, Keniaaaaaaaaaaaaa...."

Tudo começou com um convite para participar de um acampamento de jovens evangélicos. Por 6 dias com tudo incluso (inclusive a passagem) pelo equivalente a R$100,00 eu falei: "é agora que vou conhecer o Kenia e, é claro, fazer um belo safári!". E foi o que aconteceu.


O acampamento, as experiências e as roubadas...

O acampamento aconteceu do dia 15 a 22 de agosto. Éramos cerca de 2500 no total, pois no local do evento também estava acontecendo uma conferência para pastores. A igreja organizadora foi a Good News Mission, de origem Koreana, mas havia gente de várias denominções por lá.

Eu já participei de muitos acampamentos na minha vida, mas nunca um com uma agenda tão apertada, e com tanto aperto para cumprir a agenda: 5h30 todos deveriam estar de pé. Mesmo. E aqueles que não estivessem, acordavam com os gritos das Koreanas: "HURRY UPPPP", "YOU ARE LATEEEEEEEE". Quem me conhece sabe como meu humor é bom às 5h30 e já está até visualizando minha cara de felicidade. Especialmente porque às 6h00 tínhamos que fazer ginástica.

Na sequência tinha o que eles chamavam de "tempo de reflexão", o que na verdade era uma pregação. Depois café-da-manhã, apresentações, pregação de novo, almoço, atividades, jantar, pregação, grupo de estudos e dormir, por volta das 23h00.

Estávamos com problema de falta de água nos primeiros dias. Então, imagina como os banheiros ficavam...A comida estava dando gases em todo mundo e o povo tava passando mal o tempo todo. Eu não sei o que aconteceu, acho que foi o repolho. Banho? Bem, quando tinha água, era gelado. E parecia ainda mais gelado pelo fato de estarmos a 12c à noite e máxima de 18c durante o dia. Sim, na África também faz frio, e tirei essa foto para provar o que estou dizendo!














As roubadas

Se você pensa que o que narrei acima foram as roubadas não, não foram não! No meu quarto cerca de 5 das 20 garotas foram roubadas. Graças a Deus eu não fiz parte dessa lista, mas também não facilitei: tive que carregar minha mochila cheia todos os dias, para onde quer que fosse.

Mas o que tinha de bom nesse lugar laine?

Mas é claro que nem só por contratempos passamos esses dias. Creio que nas dificuldades é que a gente se aperfeiçoa e aprende. E foi essa crença que me motivou a continuar até o último dia.

Tive um tempo muito bom com algumas meninas nos quais pudemos compartilhar versos da bíblia que estavam confusos para muitos ali. Conversamos sobre a importância do crescimento espiritual, a aceitação das dificuldades e problemas como forma de aperfeiçoamento nos perfeitos planos que Deus tem para nós, plano de salvação e firmeza do jovem nos caminhos do Senhor. Todo dia eu conhecia uma menina nova que estava carente da palavra de Deus. Foi uma benção.

Conheci não somente a cultura Queniana, repleta de força e vibração, como também a Coreana, repleta de disciplina. As apresentações musicais foram show de bola. Vozes maravilhosas cantaram louvores em Kiswahili (idioma oficial do Quenia), Coreano, além das apresentações de danças típicas de todo o mundo, belíssimas.




























Fiz também grandes amizades, como não poderia deixar de ser em qualquer acampamento!















Como balanço geral o termo mais adequado certamente é um super "valeu a pena".

As práticas de bruxaria contra crianças na Vila

Nesse dia, 10/8, após brincar com algumas crianças, algumas sentaram comigo na grama e ficamos conversando. Esse dia para mim foi muito significativo pois pude conhecer mais sobre a vida e as dificuldades de quatro delas. O lugar onde moramos proporciona às crianças uma fuga de sua triste realidade, até então desconhecida em seus detalhes. Uma delas chamada Nasifa, em lágrimas, compartilhou suas dificuldades, e foi a que mais me chamou a atenção.

Nasifa e seus dois irmãos vivem numa casa sozinhos, pois o pai está trabalhando na cidade e a mãe está as rejeitando por conta de problemas mentais, possivelmente espirituais relacionados a bruxaria. A menina relatou que praticamente todas as noites uma mulher ronda a casa dela fazendo danças e entoando sons, possivelmente rituais. Ao amanhecer, a menina tem dificuldades para levantar a cabeça do travesseiro, chegando assim atrasada na escola. Essas práticas de bruxaria são comuns na Vila, especialmente quando as famílias não conseguem patrocinadores para seus filhos. Em vez de ficarem felizes pelas que conseguiram, são dominadas pela inveja, fazendo trabalhos malignos como esse que você acabou de ler.

Outra prática comum é o rapto de crianças para sacrifício. Sim, elas são sacrificadas em troca de sucesso e outros favores. Contudo, para serem sacrificadas nenhum outro sangue delas deve ter sido derramado anteriormente. Por este motivo, em defesa de suas crianças, as mães furam suas orelhas e mantém nelas um pedacinho de madeira, como um brinquinho. Dessa forma, se pegas, não são sacrificadas.

Interessante notar como essas pessoas usam a prática de sacrifícios em troca de felicidade. Elas não conhecem a Jesus Cristo, não sabem que há mais de 2000 anos Ele foi sacrificado e derramou seu sangue na cruz por todos nós, oferecendo a verdadeira felicidade e vida eterna a todos os que crêem. Reflita sobre tudo isso e perceba como o inimigo pode enganar as pessoas, incluindo você.

Nasifa ainda está conhecendo a Jesus Cristo. Ela se auto-denomina mulçumana. Conversamos bastante sobre o nome de Jesus e seu poder contra essas práticas malignas, e que pela fé temos a defesa. Naquela semana Nasifa, assim como as outras crianças sairam de férias. Orem por ela e pelas outras que também têm sido perseguidas espiritualmente.




quarta-feira, 12 de agosto de 2009

Um resumo da minha experiência voluntária

Nessa semana estou prestes a completar metade da minha jornada pela África. O crescimento pessoal até então superou todas as minhas expectativas. Entre as diferenças e similaridades do povo daqui vou sobrevivendo, às vezes em meio ao caos, com a força que vem do alto.
Os desafios têm sido muitos (e que bom que eles existem, do contrário conheceria esse lugar apenas a turismo). Os conceitos também mudaram: as palavras "amor" e "respeito à diversidade" não são mais teoria, mas prática.


Uma ideia geral da experiencia voluntária


Todo o trabalho realizado tem sido feito em parceria com os moradores daqui. Esta foi a forma que encontramos de garantir o aprendizado sustentável dos projetos executados e planejados, por meio de uma troca riquíssima de experiências prática e teórica.


Até a última semana tinha um colega da Universidade de Tókio, o Tomoya, que era meu parceiro nos projetos. Nosso trabalho foi dividido da seguinte maneira: Administrative Issues e Public Relations and Education. O primeiro, liderado por Tomoya, consistiu em preparar as bases organizacionais para podermos melhor executar o trabalho. Era preciso desenvolver internamente primeiro para depois desenvolver a comunidade. Em Public Relations and Education, liderado por mim, já estamos colocando em prática projetos de agricultura para auto-sustentabilidade, relacionamento com patrocinadores, reestruturação do website, gerenciamento do lixo, relacionamento com outras ONGs e com a Comunidade.

O que mais tenho apreciado por aqui e que poderei compartilhar com os colegas ai no Brasil é como as pequenas ONGs que dependem de patrocínio externo gerenciam seu administrativo e financeiro. Em outras palavras, como elas têm investido o dinheiro doado e como precisam de ajuda para pensar, muitas vezes literalmente, além do "arroz feijão", por aqui " ponsho and beens".

A crise financeira e as ONGs na África

É curioso notar como a crise financeira mundial afeta diretamente a vida das pessoas que nada entendem do mercado financeiro. As Instituições estão sofrendo com a drástica queda das doações, uma oportunidade que as tem feito repensar seus hábitos e enxergarem um futuro mais sustentável. Finalmente, meu chefe foi convencido de que a palavra "desenvolvimento sustentável" deve ser discurso e prática. Prova disso é nosso projeto "Children Agriculture Square", uma bela plantação de tomates iniciada em julho dentro das nossas dependências, que vai contribuir para a dieta dos professores, staffs e crianças, além do aprendizado que as crianças, mantenedoras da plantação, poderão compartilhar com suas famílias (comunidade).

sexta-feira, 7 de agosto de 2009

Curtas - charcolwood, vassoura de grama e outras da Vila















Se voce achou que os objetos da foto eram coisa de museu voce está enganado. E muito. Charcolwood, vassora de grama, ferro a carvão são algumas das peças que fazem parte do dia-a-dia das Vilas aqui de Uganda. O ferro eu não uso porque tenho lá meus métodos: lavo as roupas e as penduro no varal bem molhadas. O peso da água passa minhas roupas! Mas o charcolwood...















Mesmo que o gás acabe a gente não passa fome: basta cozinhar no charcolwood. O único problema é que não tem regulagem de fogo. Assim ficar de olho na comida para não queimar é mandatório!



















Finalmente, a iluminação produzida por óleo não poderia faltar!