quinta-feira, 29 de outubro de 2009

Contagem regressiva

Há algumas semanas comecei a ter um conflito de sentimentos: é um misto de alegria por em breve voltar para casa e ver as pessoas queridas e, simultaneamente, tristeza por deixar as crianças por tempo indeterminado. Contudo, no balanço final, a felicidade vence a tristeza por um simples motivo: estou cumprindo mais uma etapa da minha vida.

É como se estivesse concluindo a faculdade mais uma vez. Enfrentei várias dificuldades, muitas vezes tive vontade de deixar tudo, mas no fundo sabia que a experiência era um investimento que resultaria em um saldo mais que positivo. Faltam 12 dias para eu deixar a Vila de Bulanga.

terça-feira, 27 de outubro de 2009

A família Nestlé

Estava eu a limpar meu quarto quando olho na porta e vejo um passarinho caído no chão. Esse certamente é um dos menores exemplares que temos por aqui em Uganda. Eles estão sempre em grupos, e gostam de brincar e buscar insetos no gramado. Bastante ariscos, não podemos nos aproximar mais que sete metros dos danadinhos.

Nesse dia, pela primeira vez venci a barreira dos sete: consegui resgatar o bixinho do chão. Ele parecia meio atordoado, e uma das patinhas estava bem aberta, como que quebrada. Dei água para ele, mas achei que ele estava doente e logo mais nos deixaria.

Sem perder as esperanças, Romeo e eu separamos um espaço para colocar o passarinho: uma sombra com água fresca disposta em uma tampinha qualquer. Em alguns minutos percebi que o passarinho começou a inchar. Comecei a ficar com medo de que aquilo fosse alguma reação pré-morte e fiquei meio mal...

Opa, uma tampinha qualquer?

Porém, aquela tampinha de água não era uma tampinha qualquer. Nela havia estampada a foto dos antepassados do passarinho! Puxa agora tudo faz sentido: ele ficou realmente emocionado, foi por isso que ele inchou e fechou os olhinhos contendo-se para não chorar.

Cerca de duas horas após esse episódio o passarinho não estava mais lá. Certamente voou para contar a novidade para o restante da família.

terça-feira, 20 de outubro de 2009

Belos dias para as crianças

No último dia 14/11 os voluntários dos EUA chegaram na nossa escola para montar o parquinho. Foram 4 dias de trabalho duro que incluiu preparação de cimento, cavar buraco e carregar os pesadíssimos aparatos de ferro.



Durante esses dias eu praticamente virei empregada doméstica, a fim de contribuir para que os visitantes tivessem o melhor após o longo dia de trabalho. Mais uma vez isso me fez lembrar de uma das características do trabalho voluntário: fazer o que for preciso para ajudar, anulando a si mesmo se necessário for. Mas valeu a pena.
O grupo foi uma graça, super colaborativos e a fim de trabalhar. A inauguração do novo espaço de lazer aconteceu no domingo, com direito a distribuição de doces e brinquedos para todas as crianças. Elas estão muito felizes. E eu também.


















Mão ou pé? Mas que chulé!

Aqui em Uganda as mulheres não precisam esconder as mãos nem os pés. Os manicures e pedicures estão por toda parte. Sim, "os", e apenas "os". Eles lixam, limpam (?) e pintam, tudo por apenas o equivalente a R$2,00 na moeda local.

De vez em quando estou passando em Kampala e vejo uns manicures trabalhando, bastante concentrados nos pés e mãos das mulheres. Caso voce esteja a fim de pegar uma frieira, é só chamar!

terça-feira, 13 de outubro de 2009

Semana da criança

Aqui na África todo o dia é dia das crianças. E das mães. Diariamente, nascem milhares de crianças que, em sua maioria, nunca conhecerão seus pais biológicos.

Fico imaginando como deviam estar cheios os Shopping Centers do Brasil nesse último fim de semana, com pais e familiares aflitos em busca do melhor presente, comumente acompanhados de suas crianças chorando pela melhor opção. Por aqui, a Semana das Crianças não será muito diferente: os pais estão aflitos para conseguir dinheiro para que suas crianças voltem às aulas. Muitas vezes pais e crianças também estão juntos, carpintando, e os pequenos chorando querendo estudar.

Mas não é preciso ir à África para vivenciar situação similar. O Brasil também está repleto de favelas nas quais as crianças não têm esperança alguma. Sem contar com nosso nordeste que não perde para muitas regiões da África.

Contudo, nem só de tristezas vive esse lugar. Aliás, os últimos tempos têm sido muito proveitosos. Em outubro recebi uma doação por parte de amigos brasileiros. Com o dinheiro, conseguimos comprar Bíblias para crianças e adultos. Nessa semana receberemos a visita de alguns norte-americanos que doaram vários brinquedos que serão montados por eles nos próximos dias. Algumas bolas também surgiram, e é incrível notar como uma bola consegue gerar tantas brincadeiras diferentes, para meninos e meninas.

Apesar dos problemas lá fora, e de alguns estruturais aqui dentro, os dias das crianças da nossa organização serão bem mais coloridos.

segunda-feira, 5 de outubro de 2009

Para fazer voce sorrir ou chorar

























































"All children have the same right to develop their potential – all children, in all situations, all of the time, everywhere." UNICEF