segunda-feira, 5 de outubro de 2009
terça-feira, 29 de setembro de 2009
A nova moda dos meninos Bright

Há um tempo atrás um dos meninos apareceu usando óculos. Gostamos tanto da idéia que acabamos desenvolvendo um workshop de óculos para todas as outras crianças.
Na mesma semana, desafiando a si mesmos, um dos meninos criou uma cesta de grama, um presente super especial.
Em setembro a moda é hélice de avião. Bom, deixe-me explicar melhor: pega-se uma folha, corta-se suas extremidades de um lado e de outro, e faz-se um furo no meio. Depois, pega-se um galho de árvore, afina-se sua ponta e encaixa-se a folha furada nessa ponta. Finalmente, procura-se a direção do vento. Se não houver vento, basta correr. Bem, com vento ou sem vento o negócio dos meninos é mesmo correr e se divertir!
De fato, viver num lugar como esse no qual não há enlatados para o almoço ou carrinhos à pilha para as crianças força-nos a buscar meios de sobrevivência com o que a natureza nos oferece. Dessa forma, para aqueles que vieram da cidade como eu, acabamos passando por um exercício bastante interessante: desenvolver nossa criatividade.
Um caso Jessicah

Tudo começou quando Faibe, a mãe da Jessicah, se apaixonou por um garoto na época da escola. Eles ficaram juntos e ela acabou engravidando. Ao descobrir que a menina estava grávida, o pai da criança desapareceu. Sua família, por sua vez, seguindo os costumes de sua tribo, castigou a menina obrigando-a a casar-se com um homem bem mais velho, o atual padastro de Jessicah.
Há cerca de duas semanas Faibe veio à nossa organização procurando por ajuda. A mãe reportou que, juntamente com a filha, estava sofrendo violência doméstica por parte do marido, que a cada dia mais tem pressionado Faibe a tirar Jessicah de casa.
Esperança
A fim de tentar amenizar a situação de violência doméstica, física e psicológica, o coordenador das crianças patrocinadas pela Austrália e eu fomos visitar o esposo da Faibe e fazer-lhe uma proposta/missão: incluir o nome da Jessicah como uma de nossas crianças com maior prioridade para conseguir um patrocinador que financie suas despesas de estudo e moradia na nossa escola. O padastro ficou satisfeito com a proposta e conversará com seu irmão para tolerarem a menina por mais algum tempo. Algum tempo.
Bright Hope School, o coração da nossa organização, hoje atende 355 crianças, sendo que cerca de 140 delas estudam e moram aqui. Para tanto, elas devem pagar trimestralmente o equivalente a R$150,00, que cobre despesas com uniforme, cuidados médicos e alimentação, além do carinho e atenção que raramente recebem em seus lares.

Casos como o de Jessicah, com suas variantes, são comuns por aqui. Poligamia, alcoolismo, desemprego e falta de perspectivas de futuro trazem para dentro dos lares de Uganda tristeza e doenças. A pobreza por aqui certamente é mais espiritual que econômica.
Nesse momento estamos trabalhando na reestruturação do website da organização, e criaremos uma área exclusiva na qual o visitante poderá conhecer nossas crianças vulneráveis, como a Jessicah, e escolher uma para patrocinar. Mesmo sem o website estar pronto, queria compartilhar com vocês o caso dessa menina, e se você sentiu no coração uma vontade de ajudá-la basta me procurar. Espalhe a oportunidade de ser parte de um futuro com muito mais brilho e esperança, um valor inestimável.
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