terça-feira, 29 de setembro de 2009

Um caso Jessicah

Nasasira Jessicah é uma menina de 10 anos que vive numa casinha de palha tradicional, com sua mãe, irmãos e padastro. Jessicah tem sofrido rejeição por parte do padastro que, influenciado por seu irmão e dono das terras e gado onde vivem, tem sido convencido de que essa menina tem atrapalhado a família. Tudo porque a menina não é filha dele, e sim de um relacionamento anterior da mãe dela.

Tudo começou quando Faibe, a mãe da Jessicah, se apaixonou por um garoto na época da escola. Eles ficaram juntos e ela acabou engravidando. Ao descobrir que a menina estava grávida, o pai da criança desapareceu. Sua família, por sua vez, seguindo os costumes de sua tribo, castigou a menina obrigando-a a casar-se com um homem bem mais velho, o atual padastro de Jessicah.

Há cerca de duas semanas Faibe veio à nossa organização procurando por ajuda. A mãe reportou que, juntamente com a filha, estava sofrendo violência doméstica por parte do marido, que a cada dia mais tem pressionado Faibe a tirar Jessicah de casa.

Esperança

A fim de tentar amenizar a situação de violência doméstica, física e psicológica, o coordenador das crianças patrocinadas pela Austrália e eu fomos visitar o esposo da Faibe e fazer-lhe uma proposta/missão: incluir o nome da Jessicah como uma de nossas crianças com maior prioridade para conseguir um patrocinador que financie suas despesas de estudo e moradia na nossa escola. O padastro ficou satisfeito com a proposta e conversará com seu irmão para tolerarem a menina por mais algum tempo. Algum tempo.

Bright Hope School, o coração da nossa organização, hoje atende 355 crianças, sendo que cerca de 140 delas estudam e moram aqui. Para tanto, elas devem pagar trimestralmente o equivalente a R$150,00, que cobre despesas com uniforme, cuidados médicos e alimentação, além do carinho e atenção que raramente recebem em seus lares.

Atualmente, apenas 169 das nossas 355 crianças são patrocinadas, por pessoas físicas dos Estados Unidos e Austrália. Das não-patrocinadas, muitas famílias têm dificuldade para honrar com os pagamentos resultando em desistências, uma vez que a comunidade de Bulanga é extremamente pobre. Ao lado, Jessicah, Faibe e um dos filhos do segundo relacionamento, posando em frente a sua casa (ao fundo). Clique na imagem para ampliá-la.

Casos como o de Jessicah, com suas variantes, são comuns por aqui. Poligamia, alcoolismo, desemprego e falta de perspectivas de futuro trazem para dentro dos lares de Uganda tristeza e doenças. A pobreza por aqui certamente é mais espiritual que econômica.

Nesse momento estamos trabalhando na reestruturação do website da organização, e criaremos uma área exclusiva na qual o visitante poderá conhecer nossas crianças vulneráveis, como a Jessicah, e escolher uma para patrocinar. Mesmo sem o website estar pronto, queria compartilhar com vocês o caso dessa menina, e se você sentiu no coração uma vontade de ajudá-la basta me procurar. Espalhe a oportunidade de ser parte de um futuro com muito mais brilho e esperança, um valor inestimável.

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